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Parceria. A expressão parceria está na vida da gente em todos os momentos, seja quando éramos criancinhas e nos deliciávamos com o feijão e arroz do vovó ou da comidinha de casa. Ou então, já na escola, sabíamos que precisávamos daqueles bons parceiros para o trabalho em grupo. Alguns se casam em civil e religioso para viver uma vida em parceria, e outros, ao invés de esposa e marido, convivem com seus parceiros ou parceiras. E ainda há aqueles outros, que quando querem homenagear um amigo de verdade, dizem aquela famosa frase: esse é meu parceiro nas boas e nas más.
Parceria transcende nossa rotina de cotidiano e nossos modelos mentais. A parceria existe desde que o ser humano, é ser humano e percebe que viver em sociedade é um convívio de parceiros, um convívio harmônico. Mas e na vida corporativa? Nas empresas? O que é a parceria entre as empresas? Nada muito diferente do que está escrito no primeiro parágrafo, afinal precisamos enxergar nossos parceiros, sejam fornecedores ou clientes, como uma combinação harmônica, tipo o feijão com arroz. Também precisamos ter certeza que podemos contar com os parceiros (fornecedores, canais de distribuição, fraqueados, terceiros, clientes, agências) para fazermos nosso trabalho, tal qual fazíamos na escola.
Não deixa de ser umcasamento porque uma boa parceria é regida por um contrato, um acordo, e óbvio que adulterar acordos, sempre compromete a parceria. E por fim, é certo que é preciso uma relação forte e duradoura que estabeleça uma certeza de que os parceiros estarão juntos nas boas, e nas más. O tema parceria tem um grande expoente no assunto na Northwest University, que nos diz que existe uma hierarquia de necessidades para se estabelecer uma boa parceria. STERN (1998) escreve que é necessário para uma boa parceria: cooperação, comunicação, comprometimento, coordenação e interdependência.
Em seus estudos, fica claro que em determinados mercados a hierarquia modifica conforme a necessidade e a dependência entre os parceiros, mas não foge desses cinco (5) aspectos fundamentais. Trazendo para o nosso dia a dia, fica muito fácil entender esses princípios de uma parceria:
1) COOPERAÇÃO – está diretamente ligada ao
desenvolvimento conjunto de projetos e às estreitas atividades comuns que devem ser realizadas.
2) COMUNICAÇÃO – eis um grande desafio, mas que precisa ser encarado a qualquer custo, afinal nenhum projeto pode ser colocado em execução se as partes interessadas (stakeholders) não estiverem a par do assunto, e aí a parceria entra definitivo nisso. Não podem existir segredos entre parceiroo e nem meias palavras.
3) COMPROMETIMENTO – o compromisso acordado deve ser lealmente seguido e exercido com louvor em todos os momentos. Estar comprometido é muito além de estar envolvido. Estar “amarrado” à causa e ser protagonista dela.
4) COORDENAÇÃO – a orientação e a confiança imperam no quesito coordenação, pois colocar prioridades em conjunto e exercer atividades partilhadas, com orientação e direcionamentos claros, é parte fundamental de uma parceria.
5) INTERDEPENDÊNCIA – talvez o princípio mais complexo de buscar equilíbrio, mas talvez o mais relevante para que realmente a parceria ocorra. Raro existir uma parceria onde apenas um depende do outro e o outro possui vários “possíveis substitutos”, que podem passar a sensação de facilmente descartáveis.
Após conhecer os 5 princípios de Loius Stern fica fácil entender porque muitas vezes é complexa a relação de parceria no Brasil. Tente buscar na sua experiência ou nos seus estudos um caso de cooperação tão grande, no sentido de trabalhar em conjunto, comunicando necessidades e demandas, sem segredos, e coordenando esforços rumo a objetivos comuns, que permitam, gerando uma relação de tamanha dependência entre si que o comprometimento seja consequência dessa relação. Difícil, não?
Pois então, parceria obrigatoriamente necessita de vontade, de relação, de confiança e isso se dá através de processos bem desenhados, de pessoas bem orientadas e com valores e princípios dignos da relação das organizações, e óbvio, de contratos e acordos justos, pois como diria meu professor de direito, lá no final dos anos 90: “o que não está nos autos, não está no mundo”.
No Brasil desenvolveu-se um conceito que eu gostaria de expor, desenvolvido pela Fundação Dom Cabral em conjunto (olha uma parceria de verdade aí) com o INSEAD, de 2007, que diz assim: “A parceria pressupõe um envolvimento e uma integração entre compradores e fornecedores muito além da simples formalização de um contrato de fornecimento.
Para que se estabeleça uma relação de parceria, a convergência de interesses tem de ser tal que, para todos os efeitos práticos, fornecedores e compradores sejam sócios em um empreendimento. A confiança é condição indispensável, já que recursos são aplicados e informações confidenciais (know-how) trocadas. Transformar um cliente/fornecedor em parceiro é cooperar com ele de todas as maneiras possíveis, para que o produto, objeto da parceira, seja o melhor e tenha custos compatíveis; é dar-lhe garantia de compra do produto e receber em troca garantia do fornecimento dentro dos padrões de qualidade, preço, local e prazos acordados.”
Esse conceito da Fundação Dom Cabral, torna ainda mais distante a prática da parceria real e integral, mas orienta como devemos fazer, pois direciona para as entregas que devem ser feitas pelos parceiros. Obviamente esse conceito foi baseado em Loius Stern, e nos remete aos cincio princípios dirigidos por ele.
Voltemos ao primeiro parágrafo e vamos lembrar de que fazer uma parceria não é tão difícil assim, basta pensarmos como o nosso cotidiano: uma combinação perfeita de processos que atua em cooperação para o bem (feijão com arroz); uma coordenação que busca priorizar e otimizar interesses comuns grupo de amigos que reúne para um trabalho escolar); uma comunicação clara e direcionada para objetivos comuns (um casamento que dá certo); uma relação de interdependência onde um não seja maior que o outro (parceiros nas boas é nas más); e que, de posse desses quatro grandes exemplos, a parceria seja coroada por um comprometimento fora do comum, pois essa é a relação de entrega que precisamos ter um para com o outro. Sejamos parceiros, mas antes de tudo, parceiros com esses cinco (5) princípios.
BIBLIOGRAFIA
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CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. McGraw-Hill. 3ª edição. 1983
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DRUCKER, Peter F. The Essencial of Peter Drucker. The Best of Sixty Years of Peter Drucker's Essential Writings on Management. Harper Collins. 2009.
KIM, Chan; MAUBORGNE, Renée. A Estratégia do Oceano Azul. Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante. Rio de Janeiro. Editora Campus. 2005
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing: A Bíblia do Marketing. Prentice Hall Brasil, 2006 PORTER, Michael E. (1991) Estratégia Competitiva, Campus, Rio de Janeiro,Campus, 1991. STERN, Louis. EL-ANSARY, Adel I. COUGHLAN, Anne T. Marketing Channels. 5th. Ed. Prentice Hall. 1996
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